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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O nome da musa...


Não te chamo Eva,

não te dou nenhum nome de mulher nascida,

nem de fada, nem de deusa,

nem de musa, nem de sibila, nem de terras,

nem de astros, nem de flores.


Mas te chamo a que desceu do

luar para causar as marés

e influir nas coisas oscilantes.


Quando vejo os enormes campos

de verbena agitando as corolas,

sei que não é o vento que bole mas

tu que passas com os cabelos soltos.


Amo contemplar-te nos cardumes das

medusas que vão para os mares boreais,

ou no bando das gaivotas e dos pássaros

dos pólos revoando sobre as terras geladas


Não te chamo Eva,

não te dou nenhum nome de mulher nascida.


O teu nome deve estar nos lábios dos

meninos que nasceram mudos,

nos areais movediços e silenciosos

que já foram o fundo do mar,

no ar lavado que sucede as grandes borrascas,

na palavra dos anacoretas que te viram sonhando

e morreram quando despertaram,

no traço que os raios descrevem e que ninguém jamais leu.


Em todos esses movimentos há

apenas sílabas do teu nome secular

que coisas primitivas escutaram e

não transmitiram às gerações .


Esperemos, amigo, que searas

gratuitas nasçam de novo,

e os animais de criação se

reconciliem sob o mesmo arco-íris

então ouvireis o nome da que não chamo Eva

nem lhe dou nenhum nome de mulher nescida...
.
.
.
Jorge de Lima...

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