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sábado, 15 de setembro de 2012

Drida, a maga perversa e fria...


Pairava sobre as casas

Defecava ratas

Andava pelas vias

Espalhando baratas

Assim era Drida

A maga perversa e fria.

Rabiscava a cada dia o seu diário.

Eis que na primeira página se lia:

Enforquei com a minha trança

O velho Jeremias.

E enforcado e de mastruço duro

Fiz com que a velha Inácia

Sentasse o cuzaço ralo

No dele dito cujo.

Sabem por quê?

Comeram-me a coruja.

Incendiei o buraco da Neguinha.

Uma criola estúpida

Que limpava remelas

De porcas criancinhas.

Perguntaram-me por que

Incendiei-lhe a rodela?

Pois um buraco fundo

De régia função

Mas que só tem valia

Se usado na contramão

Era por neguinha ignorado.

maldita ortodoxia!

Comi o cachorro do rei

Era um tipinho gay

Que ladrava fino

Mas enrabava o pato do vizinho.

Depenei o pato.

Sabem por quê?

Cagou no meu cercado.

E agora vou encher de traques

O caminho dos magos.

Com minha espada de palha e bosta seca

Me voy a Santiago. Moral da história:

Se encontrares uma maga (antes

Que ela o faça), enraba-a...
.
.
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Hilda Hilst...

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