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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Desencanto...


Eu faço versos como quem chora

De desalento, de desencanto

Fecha meu livro se por agora

Não tens motivo algum de pranto


Meu verso é sangue, volúpia ardente

Tristeza esparsa, remorso vão

Dói-me nas veias. Amargo e quente

Cai gota à gota, do coração.


E nesses versos de angústia rouca

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca


- Eu faço versos como quem morre...
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Manuel Bandeira...

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