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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Abandonei-me ao vento...











Abandonei-me ao vento. Quem sou, pode

explicar-te o vento que me invade.

E já perdi o nome ao som da morte,

ganhei um outro livre, que me sabe

quando me levantar e o corpo solte

o meu despojo vão. Em toda parte

o vento há-de soprar, onde não cabe

a morte mais. A morte a morte explode.


E os seus fragmentos caem na viração

e o que ela foi na pedra se consome.

Abandonei-me ao vento como um grão.


Sem a opressão dos ganhos, utensílio,

abandonei-me. E assim fiquei conciso,

eterno. Mas o amor guardou meu nome...
.
.
.
Carlos Nejar...

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