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sábado, 8 de setembro de 2012

A castidade com que abria as coxas...


A castidade com que abria as coxas

e reluzia a sua flora brava.

Na mansuetude das ovelhas mochas,

e tão estreita, como se alargava.


Ah, coito, coito, morte de tão vida,

sepultura na grama, sem dizeres.

Em minha ardente substância esvaída,

eu não era ninguém e era mil seres

sem mim ressuscitados.


Era Adão,

primeiro gesto nu ante a primeira

negritude de corpo feminino.


Roupa e tempo jaziam pelo chão.

E nem restava mais o mundo, à beira

dessa moita orvalhada, nem destino...
.
.
.
Carlos Drummond de Andrade...

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