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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Poeta...


Trabalha agora na importação

e exportação. Importa

metáforas, exporta alegorias.

Podia ser um trabalhador

por conta própria,

um desses que preenche

cadernos de folha azul com

números

de deve e haver. De facto, o que

deve são palavras; e o que tem

é esse vazio de frases que lhe

acontece quando se encosta

ao vidro, no inverno, e a chuva cai

do outro lado. Então, pensa

que poderia importar o sol

e exportar as nuvens.

Poderia ser

um trabalhador do tempo. Mas,

de certo modo, a sua

prática confunde-se com a de um

escultor do movimento. Fere,

com a pedra do instante, o que

passa a caminho

da eternidade;

suspende o gesto que sonha o céu;

e fixa, na dureza da noite,

o bater de asas, o azul, a sábia

interrupção da morte...
.
.
.
Nuno Júdice...

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