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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Poema...



Podemos falar dos sentimentos, descrever

as impressões que nos ameaçam, e revelar o vazio

que se descobre na ausência um do outro: nada,

porém, é tão inquietante como a dúvida,

o não saber de ti, ouvir o desânimo na tua voz,

agora que a tarde começa a descer e, com ela,

todas as sombras da alma. É verdade que o amor não é

apenas um registo de memórias. É no presente

que temos de o encontrar: aí, onde a tua imagem

se tornou mais real do que tu própria,

mesmo que nada te substitua. Então, é

porque as palavras são supérfluas; mas como viver

sem elas? Como encontrar outra forma de te dizer

que o amor é esta coisa tão estranha, dar o que nunca

se poderá ter, e ter o que está condenado

a perder-se? A não ser que guardemos dentro de nós,

num canto de um e outro a que só nós chegamos,

sabendo que esse pouco que nos pertence é

tudo o que cabe neste sentimento...
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Nuno Júdice...

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