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sábado, 7 de julho de 2012

O amor...



Estou a amar-te como o frio

corta os lábios.


A arrancar a raiz

ao mais diminuto dos rios.


A inundar-te de facas,

de saliva esperma lume.


Estou a rodear de agulhas

a boca mais vulnerável.


A marcar sobre os teus flancos

itinerários da espuma.


Assim é o amor: mortal e navegável...
.
.
.
Eugénio de Andrade...

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