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domingo, 1 de julho de 2012

A maior tortura...


A um grande poeta de Portugal...


Na vida, para mim, não há deleite.

Ando a chorar convulsa noite e dia...

E não tenho uma sombra fugidia

Onde poise a cabeça, onde me deite!


E nem flor de lilás tenho que enfeite

A minha atroz, imensa nostalgia!...

A minha pobre Mãe tão branca e fria

Deu-me a beber a Mágoa no seu leite!


Poeta, eu sou um cardo desprezado,

A urze que se pisa sob os pés

Sou, como tu, um riso desgraçado!


Mas a minha tortura inda é maior.

Não ser poeta assim como tu és

Para gritar num verso a minha dor!...
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Florbela Espanca...

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