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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Luiz Vaz de Camões...


Não sou um tempo

ou uma cidade extinta.

Civilizei a língua

e foi reposta em cada verso.

E à fome, condenaram-me

os perversos e alguns

dos poderosos. Amei

a pátria injustamente

cega, como eu, num

dos olhos. E não pôde

ver-me enquanto vivo.

Regressarei a ela

com os ossos de meu sonho

precavido? E o idioma

não passa de um poema

salvo da espuma

e igual a mim, bebido

pelo sol de um país

que me desterra. E agora

me ergue no Convento

dos Jerônimos o túmulo,

quando não morri.

Não morrerei, não

quero mais morrer.

Nem sou cativo ou mendigo

de uma pátria. Mas da língua

que me conhece e espera.

E a razão que não me dais,

eu crio. Jamais pensei

ser pai de tantos filhos...
.
.
.
Carlos Nejar...

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