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sexta-feira, 6 de julho de 2012

A carta que não foi mandada...


Paris, outono de 73

Estou no nosso bar mais uma vez

E escrevo pra dizer

Que é a mesma taça e a mesma luz

Brilhando no champanhe em vários tons azuis

No espelho em frente eu sou mais um freguês

Um homem que já foi feliz, talvez

E vejo que em seu rosto correm lágrimas de dor

Saudades, certamente, de algum grande amor



Mas ao vê-lo assim tão triste e só

Sou eu que estou chorando

Lágrimas iguais

E, a vida é assim, o tempo passa

E fica relembrando

Canções do amor demais

Sim, será mais um, mais um qualquer

Que vem de vez em quando

E olha para trás

É, existe sempre uma mulher

Pra se ficar pensando

Nem sei... nem lembro mais...
.
.
.
Vinicius de Moraes...

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